Ser mais.

Como começar um texto falando sobre fim de ano sem parecer clichê? Não sei, então melhor começar logo...

Este ano que está chegando ao fim foi um ano muito bom para mim, na verdade creio que quase todos os anos são bons de alguma forma, pois sempre aprendemos alguma coisa e conhecimento nunca é demais. Enfim, aprendi coisas! E essas coisas nem sempre são assim explícitas, mas acabamos carregandos essas coisas com a gente o tempo todo ao longo de todos os outros anos novos que virão repletos de tantas outras coisas que aprenderemos.

O que eu posso falar sobre essas coisas?

Acho que em Janeiro foi quando as coisas realmente começaram a mudar e acontecer. Algumas visões que eu tinha mudaram e ai a magia aconteceu. Acho que no final de 2011 eu terminei de contruir algumas barreiras em torno de mim, algo como contruir uma torre enorme e em Janeiro quando eu coloquei o último tijolo todo o meu trabalho convicções se mostrou fraco demais para se manter do jeito que estava. Confesso que é difícil ver que o modo que você faz as coisas pode ser que não esteja assim tão adequado com o que você sempre achou estar certo e zaz. O engraçado mesmo na verdade, acho que é se contentar com pouco, porque você vai levando a vida daquele jeito mediano até o momento em que você não consegue mais se enganar e se encontra miseralmente infeliz e se sentindo incapaz de ter um sonho bom novamente. Espero não fazer isso nunca mais, mesmo sabendo que nunca é tempo demais assim como sempre.

Falei falei e não falei nada não é? Mas estava falando de amor sim e não somente ao amor que a vida me presenteou esse ano, mas acho que amor a mim mesma. O Eric apareceu na minha vida como um raio de sol em cima de uma florzinha que congelou em um campo no auge de um inverno rigoroso. E eu era aquela florzinha, micha, sem esperanças, ressecadaa, opaca. Ele me iluminou com o sorriso dele, me aqueceu com seus abraços, me enalteceu com seus beijos, me encorajou com suas ações e me fez querer ser melhor de verdade para trilhar os caminhos mais bonitos que a vida ainda irá nos trazer. Acho que o meu amor por ele despertou muito do meu amor em mim e não que já esteja em um ponto ideal, mas já está bem melhor! E nisso entra uma das metas para o ano que vem: melhorar. O quê? Tudo oras, porque melhor pouco é bobagem, vamos melhorar o que der da melhor forma possível! 

Melhorar, acho que esse ano me esforcei um pouco mais na faculdade, vi que precisei dispor de mais tempo para fazer meus trabalhos com a mesma qualidade de antes. E vi também na verdade que ano que vem terei de dispor ainda de mais tempo para que a qualidade se mantenha ou exceda. Tem gente que acha que é besteira se esforçar para isso, mas quando você faz algo bem e é reconhecido por isso não é bom? Eu gosto e por isso espero continuar tão boa acadêmicamente quanto eu já tenho sido.

No primeiro semestre desse ano eu sai do meu trabalho e isso foi um ato de coragem pra mim, sair da "área" que sempre trabalhei pra me arriscar no mundo da educação. Confesso que até hoje eu ainda estou apavorada com isso, mas diferente da Lenize de um tempinho atrás, aquela da marmorra, do muro alto, eu arrisco mais. Ainda sou muito insegura sim, tento meio com o pé atrás, mas tenho tentado mais e acho que isso me fez crescer muito e buscar aprender sempre mais com as tentativas, resultem elas em erros ou acertos. Trabalhei como acompanhante terapêutica na prática e na teoria eu dava aula de reforço e atividades de coordenação motora, foi complicado pela lonjura, mas pude observar pontos importantes para o que eu quero para mim como profissional e mãe um dia e claro que ainda tenho muito o que aprender. A coisa não rolou bem como eu imaginei e entrei no Projeto Ler e Escrever da faculdade com a FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação) e também não foi exatamente o que imaginei ou esperei. Aprendi mais coisas, conheci pessoas muito legais que ensinaram tantas outras coisas e isso acaba caindo na outra meta: experiência. Onde, quando, como, eu não sei, mas quero aprender o máximo que conseguir em estágios porque afinal será o último ano da faculdade e sinto que ele será precioso.

Ainda falando da faculdade, porque afinal é onde eu passo a maior parte do tempo e é o que povoa boa parte dos meus pensamentos, minhas relações por lá não fechou com chave de ouro, mas tem coisas que não são para ser. O que eu puder levar de lá no coração eu levo e o que não puder, paciência. Aliás, depois de muito martelar, a Nana finalmente está conseguindo enfiar essa ideia na minha cabeça e realmente, aceitar isso me deixa mais leve e com um espaço maior pra quem quiser ser carregado no meu coraçãozinho mole.

Falei com a minha mãe a pouco e ela me disse que estou melhor, estou mais carinhosa, mais presente e esse é um dos reflexos bons que o Eric trouxe para a minha vida. Valorizar mais a minha família, a minha mãe e cuidar da melhor maneira possível. Não que eu não cuidasse, mas eu era um pouco carinhosa de menos. Esse é um ponto a ser mantido para a vida e não somente ano que vem. Quando conseguimos  coisas bacanas assim é bom não?

Ufa! Quanta coisa e parece que ainda falta tanta coisa... mas quem conhece um pouco de mim, se conseguir ler essas poucas palavras entenderá que no fundo uma nova Lenize está surgindo. Ainda não é a Lenize que eu tenho imaginada na minha cabeça, que me enche de orgulho e satisfação, mas acho que mesmo com os tropeços que eu ainda dou, estou no caminho certo de uma pessoa cada vez melhor. Aceito um pouco melhor minhas falhas, tento entendê-las e tenho ótimos companheiros ao meu lado me apoiando nos fracassos e nas conquistas, acho que com isso não preciso de mais nada, depois disso, só o sucesso! O mais legal de tudo é esse otimismo que nasceu em mim, ansiando dias melhores, oportunidades melhores, amigos melhores, livros melhores, filmes melhores, um corpinho melhor (por que não?), sonhos melhores e maiores. Nós somos nosso próprio limite, nosso começo e nosso fim e eu estou longeeeeeeeeeeeee de terminar. Espero que você também!

O meu desejo, minha meta para 2013 é esse, ser mais! :)

... para que o conhecimento dê margem ao despertar para o que cada um pode e que não existe limite para as possibilidades que a vida nos trás.

Conclusão do meu trabalho sobre o livro Pedagogia dos Sonhos Possíveis do Paulo Freire.